Marina Diana
O aumento das demandas jurídicas tem criado mais empregos para os advogados. A maioria, como “terceirizados” em empresas. Prova disso é que alguns serviços prestados por escritórios externos, como assessoria em fusões e aquisições, continuam aquecidos. Outros, como contenciosos trabalhistas, estão sendo cada vez menos solicitados, pois são atendidos internamente, nas próprias companhias. É o que defende Marco Antonio Gonçalves, gerente de Marketing da Campos Mello Advogados.
“Se uma empresa quer reduzir o número de contratados de 20 para 15, o escritório tem de se perguntar se quer ficar entre os 20 de antes ou os próximos 15”, provocou Gonçalves durante reunião do comitê de Legislação da Amcham-São Paulo, na última quarta-feira (2/3).
O diretor jurídico do setor de Açúcar e Álcool da Cosan, Elias Marques de Medeiros Neto, concorda com Marco Antonio Gonçalves. Ele disse observar que as empresas começam a aumentar os quadros internos de advogados tendo em vista especialmente a otimização de custos. “Não conduziremos uma operação de fusão e aquisição, mas temos uma estrutura de serviço jurídico quase completa”, apontou.
A Cosan emprega hoje 114 advogados internos. Dessa equipe, pelo menos 30 trabalham no departamento de contencioso trabalhista. A existência desse contingente é justificada por um volume de trabalho que pode ser atendido internamente a custos menores, justifica Medeiros.
Medeiro Neto contou que, certa vez, recebeu de um pequeno escritório uma proposta de honorários de R$ 15 mil por mês para realizar serviços de cobrança de recebíveis atrasados, com garantia de 30% de sucesso. “Posso contratar um advogado pleno por menos que isso e que teria um percentual maior de sucesso. A proposta não agregou valor”.